quarta-feira, junho 20, 2007

"Deus sabe quanto amei"

O meu maior problema, mais grave que os meus defeitos escondidos e pior que as minhas mais visíveis faltas de jeito, é desenvolvido, desde há anos, por uma vontade palnetária de tomar conta dos outros, antes de tomar conta de mim. Seja nos amigos, seja nos amores, quero ter sempre a certeza de que faço tudo o que posso para fazer aquela pessoa feliz. Por fezes falho. Assumo que sim. Mais nos amigos do que nos amores (também são mais os primeiros que os segundos...). E ralho-me muito por isso - afinal são os amigos que ficam e os amores que passam. Dou o que sei e tento o que não sei para ver alguém contente dia-e-noite-e-noite-e-dia, se eu puder fazer alguma coisa por isso. No meio dessa corrente, faz-se a minha felicidade. Que depois, tantas vezes, é apanhada num ciclone que a manda dali para fora, com toda a força, e lhe grita "desaparece!". É nessa altura que eu percebo que não posso fazer mais nada. A minha mania de me certificar do bem dos outros antes de fazer um check-up ao meu, só resulta se do outro lado estiver uma porta aberta. E muitas vezes tenho ido bater a portas fechadas a sete chaves...
[e quatro amigas minhas sabem que sou assim, o resto... o resto é multidão]

7 comentários:

José Diogo disse...

Catarina, continuo a gostar bastante do teu escrever, da tua maneira de pensar, do teu jeito de viver. Vir aqui é sempre um prazer.


Aqui fica o que não te disse nos Santos.

Inês disse...

o amor devia ser uma coisa tão simples... mas raramente o é...
e essa frase "afinal são os amigos que ficam e os amores que passam.", confesso que não sei se é mesmo assim. ou talvez seja só a minha esperança lírica de eternidade.

Joana disse...

Pesa-me o facto da minha vida engolir-me de tal maneira que sinto que queria estar mais ao lado dos meus amigos e não consigo e às vezes lamento algumas das minhas opções.
Estou a passar uma fase assim... a porta não está fechada... não tem é estado ninguém à entrada... é sempre preciso chamar.

Eu disse...

e o que é amar?

Caltuga disse...

O ser humano pensa demasiado. Analizar tudo em detalhe faz com que muitas vezes sejam criados mal-entendidos e desencontros. Tantas vezes perguntei-me "porque sou sempre eu a telefonar?" "Será que não me dão tanta importância como eu lhes dou?" Até ao dia em que fui estudar para fora e "desapareci" durante cinco anos. Depois vi-me com uma tese de mestrado para entregar e depois... regressei e agora estou a trabalhar. Agora sou eu que não ligo, mesmo sabendo que tenho de fazer um esforço. O tempo é pouco, muito pouco. Ai, como a vida de estudante era bem boa! Now, We must do the best we can! Don´t dispair Miss K., shake it off, smile, and keep true to your principles...

Miss K. disse...

lifextension:
se te soubesse responder, não poderia amar...

em todo o caso, "Deus sabe quanto amei" é o nome de um filme lindíssimo com o Frank Sinatra e a Shirley McClaine, que pode ajudar a resolver o mistério - mas só mesmo ajudar.

Luzia disse...

Embora seja uma teoria egoista, acho que para fazermos os outros felizes temos primeiro de tratar do nosso próprio bem estar!
Penso assim após anos a esquecer-me de mim e pensar nos outros!
Por vezes o egoismo em leves doses não é um defeito...