Vou-me embora.
Quando não se pertence a lugar nenhum
Nem se pertence, por isso, a todo o lado
Quando nos cansamos das voltas do nosso carrossel
Mesmo se ele nos leva às nuvens, ao sol e ao céu
Quando não estamos aqui, nem aí, nem ali
Nem tão pouco acolá, nem tão pouco mais longe
Quando não há planos para hoje, amanhã, ou depois
Mesmo se os dias são tempos sem fim
Quando não há um porto seguro, uma amarra, um calor
Nem se o teu barco tenta em vão flutuar
Quando não há um apelo, um desejo, uma voz
Mesmo que em silêncio digas que queres tentar
Quando não há nada disso.
E porque não há nada disso: vou-me embora.
15 comentários:
e espero que voltes mais feliz :)
Que sejas muito muito feliz, Miss!
Quem assim ama a vida só o pode ser...
Porque o merece!
Ps - Espero que não esteja zangadita comigo, não?
;-)
Ele
não vás já.... só tens de mudar de mesa, puxa uma cadeira, senta-te aqui ao pé da malta e bebe mais um copo!
:)
É... às vezes cansamos das voltas do nosso carrossel; e às vezes não há mesmo um porto seguro...
Leia o poema de Edson Marques: "Mude". Você vai amar!
http://blogdasuzi.blogspot.com/2006/05/mude-edson-marques.html
Beijos, Miss K!
Quando nao ha nada que nos prenda, deixar um local e partir para outro é tao natural como andar. Temos a mania, especialmente nos países do Sul da Europa, de nos agarrar demasiado às raízes e dramatizar uma deslocação geográfica. Não há que ter medo. Com confiança em nós, saltar uma fronteira é como atravessar uma rua.
Vai. (Deve ser a quinta ou sexta vez que venho a este blog escrever "vai".)
Por vezes há que dar um passo atrás para seguir dois em frente!
Sê muito feliz!
Bjo
aposta que sim... Boa Sorte e força
Vais para onde?
Tb vou embora muitas vezes. Nem sempre acho que faça bem.
Não vás...please!!!!
Vai, mas volta rápido. Se a tua presença pode ser reconfortante, a tua ausência torna-se difícil de suportar e depois acaba sempre por surgir essa terrível Saudade.
Excelente texto mais uma vez, Congrats!
Natureza Humana
Cheguei. Sinto de novo a natureza
Longe do pandemónio da cidade
Aqui tudo tem mais felicidade
Tudo é cheio de santa singeleza
Vagueio pela murmura leveza
Que deslumbra de verde e claridade
Mas nada. Resta vívida a saudade
Da cidade em bulício e febre acesa
Ante a perspectiva da partida
Sinto que me arranca algo da vida
Mas quero ir. E ponho-me a pensar
Que a vida é esta incerteza que em mim mora
A vontade tremenda de ir-me embora
E a tremenda vontade de ficar.
Vinicius de Moraes
mais um blog, mais um comentário.
muito bem *
E boa sorte!!
Does that mean no more blogging? Snif snif!
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