segunda-feira, setembro 18, 2006

Um céu de estrelas para "Volver"


VOLVER...
...é não querer sair do cinema nem quando começam a limpar a sala
Penélope Cruz parece iluminada na pele de Raimunda. Carmen Maura, que aqui faz as pazes com o realizador, é assustadora como a avó morta que está viva. Lola Duenas é invisivelmente perfeita como irmã sozinha com nome disso mesmo - Sole. Blanca Portillo retrata a Agustina que há em todas as terriolas de todos os países, ricos ou pobres. Yohana Cobo é a filha que não devia ter sido, e faz-nos sentir isso desde o início.
No meio de tanta perfeição, mostra-se de novo o mestre, Almodóvar, sempre ele, sempre ele o único homem a saber falar de mulheres como mais ninguém. Que fazer com tanta e tão boa matéria-prima? Pegar nela e conversá-la, transformá-la, remexê-la, dar-lhe vida, para que se torne obra e, de preferência, prima. Obra-prima, obra de arte, de culto, de sonho, do que lhe quisermos chamar... VOLVER é voltar a ver o mestre espanhol no seu melhor - para mim, talvez por estar ainda no rescaldo desta viagem fantástica, a película consegue superar o insuperável "Tudo Sobre A Minha Mãe".
Julgo não ter ainda palavras para descrever o que senti durante aquelas duas horas de cinema. Às vezes temos um bocadinho de sorte e apanhamos com bons filmes. Já vi alguns, este ano. De quando em vez, ganhamos a lotaria e levamos com cinema. Também por isso, I shall say that Life Is A Masterpiece...

3 comentários:

Unknown disse...

Nao gosto nem um bocadinho da Penélope, mas realmente o que tenho lido sobre o filme dá-me vontade de o ir ver!!!

Vou confiar na tua palavra!

Unknown disse...

fantastico ...uma realidade brutal

Clementine Tangerina disse...

É tão especial este filme...