García Márquez, tão perto dos cem anos de solidão...
Eu pensei que nunca fosse falar sobre isso (é difícil falar "mal" das coisas de quem se gosta), mas a crónica da Clara Ferreira Alves (de quem eu ainda não consegui perceber se gosto ou não) na ÚNICA de 1 de Abril fez-me voltar ao assunto. Chamava-se Coitum triste (será que ela não tinha um título mais infeliz?!), e falava sobre o último livro do García Márquez, um dos meus escribas preferidos. Assim que li o destaque, pensei de mim para mim: "Esta gaja vai cascar no mestre, e eu vou-me passar, por isso o melhor é nem ler..." Mas não. Apesar de não concordar com a forma como ela põe a questão (ao dizer que o tema da obra é a pedofilia, porque o narrador é um homem de 90 anos que resolve ter sexo com uma virgem de 14), tenho de lhe dar razão quando escreve que este "é um livro triste, velho, impotente", e que "entre o escritor dos tempos de cólera e isto, tempo e distância vão". E fico uns segundos a olhar para a página desta pluma caprichosa e relembro a minha angústia no final das "Memórias", quando senti que era ele, o mestre, que parecia uma puta. Velha, cheia de lembranças, sem saber o que lhes fazer. E triste.
2 comentários:
Antes viver do que ler. Prefiro ser a existir. Pelo sim pelo não mais vale arrependermos do que fazemos do que daquilo que não fazemos. Espero q n me aconteça o mesmo q ao Gabriel, não sei...espero bem que não mas acho q sim.
Depois queixa-se que não dorme...
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