quinta-feira, dezembro 25, 2008

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Eu, que nem gosto dele, tive um bom Natal. O mesmo é dizer que 24 e 25 se passaram quase sempre de sorriso nos lábios, até perante as intempéries. Não tinha porque não o fazer. Afinal, voltei a casa e ainda me consegui sentir, por breves instantes, sua fiel habitante - ainda é um bocadinho minha. Gostei de ver as pessoas que o tempo levou, algumas que o tempo nem perdoa, e jogar dois dedos de conversa fora - às vezes, faz bem falar sobre coisa nenhuma. Soube-me bem ansiar pelo espanto dos outros, na expectativa dos meus presentes - vesti o meu melhor fato de mãe Natal, e deixei o espírito consumista dar os braços à minha vontade de oferecer. Por momentos, fiz alguém feliz, e essa sensação de dever cumprido lavou-me os pecados. Fui criança sempre que me sentei à mesa, glutona como só eu sei, deixei a cozinha para quem se entende com ela, e fingi que nunca tinha ouvido falar em calorias - é incrível como ainda gosto de ser a mais nova, para algumas coisas... Mas o melhor é capaz de ter sido ver que não me afasto de quem me conhece de sempre, porque continuo igualzinha a mim; estou na gargalhada estridente da minha mãe, na conversa intelignte do meu pai, na saudade de carícias da minha avó. Perdi outras coisas, muitas. Ainda bem que ficou o mais importante.

2 comentários:

Yang disse...

E que isso nunca desapareça!
;)

Margaret disse...

tiveste um belo natal então :) bonito.