quinta-feira, setembro 11, 2008
A Sarah Palin podia muito bem ter seguido a sua vidinha desinteressante sem receber resquícios do meu ódio, só que algum cérebro vazio da equipa McCain teve a brilhante ideia de a trazer para a ribalta. Ok. Se é guerra que querem, é guerra que vão ter. A senhora, cuja aura assume proporções divinas por ter sido eleita governadora desse estado populoso e influente que é o Alaska em 2006, tem ainda no curriculum a presidência da Câmara da cidade de Wasilla, habitada por 5469 pessoas que ainda não descobriram que o McDonald's já vende saladas e Compal light. Grande feito. De facto, nem sei se a Manuela Ferreira Leite conseguiria liderar tanta gente com aquele ar cinzentão, mas a ideia de que um pisco destes possa ser número dois dos Estados Unidos é demasiado assustadora. Adiante. Palin, ou a pálida, como secretamente lhe chamo, tem cinco filhos e um neto a caminho; deve ser por isso que se diz contra a educação sexual e o direito ao aborto, numa linha de pensamento não muito longe do já velhinho "crescei e multiplicai-vos", tornando o mundo um lugar cada vez mais impossível de suportar... Estranho, estranho, é o bebé ser fruto da sua filhota de dezassete anos, que é como quem diz, menor de idade, que é como quem diz, uma infame pecadora que devia estar a brincar às Barbies nos intervalos da escola, e não a experimentar diferentes posições sexuais - para onde foram os valores católicos e republicanos na hora da fornicação? Ups... Calcanhar de Aquiles, Sarah! Com um look mais infeliz do que a última dona-de-casa desempregada do penúltimo estado dos EUA, Palin não poderia nunca ser submetida a uma extreme makeover, apenas a um do you wanna born again?, tantos são os poros da sua cara que gritam "sopeira". Enfim, é este brinde de loja dos 300 que arranjaram ao senador McCain para vice-presidente. Encontraram-na a pôr gasolina enquanto apanhava um urso polar, taparam-lhe a boca, e ameaçaram-na de viver numa gaiola a cinco metros de Bush Junior se não aceitasse concorrer pelos republicanos. A Sarita ainda teve de ir procurar uma série de palavras ao dicionário, mas concordou assim que lhe prometeram trazer os penteados da década de 80 para tudo o que é catwalk. O problema é que a senhora teve de ir à televisão, teve de se mostrar ao mundo, que ficou chocado quando a hipotética número dois do país mais poderoso de todos nem sequer consegue pronunciar "Afeganistão" sem se engasgar. Uma lástima. E um perigo, tendo em conta que a pálida defende a venda de armas sem rei nem roque, como se de chocolates se tratasse. Assim vai a ala mais radical dos EUA, sempre pior, quando pensávamos que já tínhamos visto tudo mau. Não. Dentro da ignorância, Bush filho parece-me um pouco mais culto, só que é um demónio; McCain é um velho marioneta que só por ter estado no Vietname tem a capa de herói nacional, e a sua nova amiga é um embuste aos que julgam estar a votar numa mulher - não estão. Mulher, com todas as letras, era Hillary, isto é apenas o papel higiénico que ainda havia no rolo das casas-de-banho republicanas.
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6 comentários:
Concordo com tudo, mas há que reconhecer que foi uma jogada de mestre dos republicanos. Nem sequer se fala do Biden. Pode ser uma grande mais valia para a campanha do McCain. A "pálida" fornece uma força à campanha republicana só pelo facto de ser mulher e tentar absorver os simpatizantes flutuantes da Hillary, por muito diferentes doutrinas que defendam.
Além disso, there's no such thing as bad publicity. Qualquer um que viesse era bem melhor que o Cheney...
Fantástico!
Grande post... Parabéns!
Agora pensa em declarar guerra à Russia... Triste pálida! O pior é que há muito americano que deve achar bem: "Esses comunistas..."
E não nos esqueçamos da ideia brilhante da mrs. em defender a exploração petrolífera da reserva natural do Alasca. Long live america...
de facto, até a má publicidade é boa publicidade... e com este "golpe de mestre" os republicanos conseguiram mesmo pôr McCain no mapa das possibilidades.
Excelente post. Concordo 100%!
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