interlude # 3?
A sério: o que será do mundo quando nós formos embora? O que farão os autocarros vazios da minha ausência, os táxis desnorteados com a minha fuga, os aviões perdidos sem a minha rota, os cacilheiros dobrando o Tejo à procura do meu olhar? O que será do canteiro de flores que está destruído na Rua do Norte, do gato preto e branco que todos os dias me espera à porta da padaria, do café mexido vezes sem conta, até entornar? Será que os livros quererão continuar a ser lidos, mesmo sem eu nunca os poder folhear? Será que a sala escura mantém a luz acesa para mostrar os mundos que podiam ser? E a música, o que será da música? Sem o vento que tropece nas notas para compor a melodia imperfeita, irá a música continuar a cantar? E os dias e as noites e os montes e as serras e as grutas e as fontes e as praias e a Terra, para onde vão? Para onde vão as coisas a que nós damos vida quando a nossa vida chegar ao fim?
10 comentários:
Dentre as coisas a que damos vida, algumas conseguem dar vida a outras ... e assim o signicado perdura e a vida continua para além de nós!
Ando há uns meses a pensar atrever-me a escrever respostas a algumas dessas questões.
:)
eu cá acho que elas simpaticamente nos emprestam a vida e não o contrário... (ena que pessimista)...
qd chegamos ao fim, as coisas continuam a existir, mas já não têem qq importância, não para nós!
Quando era pequena pensava bastantes vezes nisso...cheguei à conclusão que a vida continua...
As luzes apagaram-se? Ssshhhh, silêncio que o espectáculo final das nossas vidas vai começar... Todos têm curiosidade em saber, mas (quase) ninguém quer realmente descobrir!
Depende da existência ou não de Testamento. No entanto o estado fica sempre com uma pequena parte (tipo comissão). Antigamente chamava-se "Imposto Sucessório", agora vai tudo no IRS.
Quando te vi na final das 3 amigas da Netcabo, não me pareceste com tantas dúvidas existenciais!
anónimo: nem tu me pareceste leitor de blogs!
navnevohteeb...
é de mim ou o teu nome é Van Beethoven de trás para a frente? Que é feito do Ludwig?
Quase q apostava que sei quem és! E só por isso escrevo como anónimo.
O último comentário era escusado, anónimo...
Ralatcepsi! Seved ret mu IQ ed sungla 333. Ál an aut arret sé o roiam od ukodus!
Ue, soiped ed o ret doairc, adnia ieromed sêrt sanames a ál ragehc!
Caro Anónimo, mas nem tanto - tinhas razão em relação ao blog (still, very sad). Já gastei quatro pacotinhos de lenços de papel. Depois mando a conta.
Cara Miss K. - Anima-te porra!
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