segunda-feira, julho 02, 2007

Sirocco?

Como uma vez alguém me disse, eu sou como o vento do deserto, destruo tudo por onde passo mas ainda assim o deserto não pode viver sem o meu vendaval. Na altura soou-me a sonho, depois desfez-se como um dominó, agora sei que é verdade. Andamos todos aqui por algum motivo, e não, não sabemos qual é, mesmo que se julgue que sim nunca se sabe qual é, e a minha razão de estar por cá deve ser a de trazer a aragem forte dos areais sem fim. Com o fogo no signo, a água nos olhos e a terra nas mãos, o ar empurrou-me desde cedo para todo o lado e faz-me vento. Um vento que não tem princípio nem fim. Que não tem razão nem sentido. Que rodopia numa floresta e nela se perde por uns tempos. Que dança ao compasso dos raios de sol. Mas quando a chama se junta a ele, a mim, faz-se uma fogueira para queimar por onde se passou, e tudo o que não se conseguiu mudar. Depois sigo a cauda de uma outra tempestade, porque se o vento do deserto pára de soprar, deixa de haver destruição, e é o fim da última maneira de respirar.

5 comentários:

EMALMADA disse...

Visite o deserto da Margem Sul.
Bons Posts

José Diogo disse...

Sirocco? A mim parece mais o sopro do coração...

Eu disse...

siroco é um vento ciclico, o teu vento é mais um estado de aragem permanente...

José Diogo disse...

Vou de férias. Voltarei numa semana. På gensyn :)

Joana disse...

Agora parecias o senhor Antimio de Azevedo da Meteorologia... :)

Esse vento teu tem muito que contar... será que tem a ver com as núvens que nunca mais saem para o verão aparecer... ? hum...

bjs!
Uma delícia de texto!