Hoje

Dormir até mais tarde. Ok, até muito tarde, a.k.a. hora de almoço. Perceber que fui enganada no cartão chinês que comprei para o telefone de cá: três chamadas e cinco mensagens depois, "you have reached your limit". Sim, só se for o da paciência. Ficar de cabelos em pé, sentada, a olhar para o bicho que agora não fala. Indecisão - banho, mais sono ou dvd's? Hey!, estás em Shanghai, sweety, toca a despachar e ir para a rua. Táxi, avenida de nome impronunciável (como quase todas, ou então o problema é mesmo meu...), e saída no City Plaza, um shopping de meter inveja a todos os que Portugal não tem - Gucci, Prada e Versace, só para dar assim uma ideia do requinte da coisa. Mas não, não era lá o fim da corrida, antes o magistral Jing An Temple. Entrada, dez bimbis, saída, de borla. Pelo meio tiro mais de 20 fotografias, e sou olhada por todos como se fosse o Osama Bin Laden - é capaz de ter sido por, de cada vez que entrava numa salinha, os visitantes se sentavam para rezar euforicamente, eu me deitava no chão para conseguir a chapa perfeita. Culturas diferentes, é o que é... Valeu a pena a visita: ainda mandei uma moeda para um poço rodeado de leões, daqueles que dizem que dá sorte, só que se até agora nunca aconteceu nada com acções iguais, duvido que com um buraco em construção vá ter um destino mais arrumadinho... Enfim. Eu já escrevi mais de 76 vezes que Shanghai é gigante? Não? Então pronto, escrevo de novo. É mesmo. Meti na cabeça que havia de ir, a pé, de Nanjing Road até People's Square, e fui. O trajecto é coisa para demorar quilómetros, mas mais teimosa que eu só os chineses que andam a pedir nas ruas. Hum, não sabem o que é People's Square? Experimentem a Wikipedia, é um óptimo motor de busca para quando não temos paciência de explicar aos nossos leitores uma coisa que até é bastante interessante - mea culpa, mas aqui são 22:08 e eu já nem sei o meu segundo nome. Para terminar assim muito à pato (expressão que acabei de inventar, e que adoro), um final infeliz: estava relativamente perto de nossa casa, quando o meu fantástico sentido de desorientação me leva, no meio do ventaval das 18:30, exactamente no caminho oposto. Afinal, eu precisava mesmo de andar mais uns 800 metros, não era? Depois de rezar a todos os Budas, lá entrei num táxi, e cheguei ao palácio, de onde vos escrevo. Como os meus três meninos são uns queridos, quase nem me sinto cansada. Isto é uma loucura, mas daquelas que valem muito, mas assim muito a pena.

PS - Ah, e a noite ainda não acabou, hãn?