sexta-feira, maio 04, 2007

Das loucuras momentâneas

Acordar às quatro da manhã e ligar-te, só para ouvir a tua voz de sono e dizer, com o meu entusiasmo de criança, "Gosto de ti!". Olhar para onde vão os teus olhos quando procuramos ondas no mar e raios no sol. Mandar-te para o chão, num jardim, numa praça ou num areal sem fim, e cobrir-te de beijos. Sussurar-te "quero-te" no meio de um almoço de capa e espada. Percorrer duzentos quilómetros só para te abraçar, se o tempo para estarmos juntos for a duração de um abraço. Tirar-te mil fotografias sem máquina, um milhão na minha memória, e todas no meu coração. Aproveitar cinco minutos entre isto e aquilo para te ver de soslaio, te piscar o olho, e me arrepiar. Sair de casa a meio da noite porque a minha cama está fria, a tua cama está fria e juntos ficaremos, decerto, quentes. Dar-te a mão para que me protejas, para que me guies, para que te poder fazer sinal quando é hora de ficarmos só um - como nos jantares: eu rio-me, tu sorris timidamente, e ambos sabemos que chegou o momento de ir embora, porque... Correr atrás do teu carro porque de manhã não de disse "adoro-te", e nunca é demais dizê-lo. Sonhar contigo ao meu lado, acordada e a dormir, tocar-te e imaginar-te, e dar pulos de alegria por o sonho comandar a vida. Aproveitar a chegada, o entretanto, o tanto, o tudo, a partida, ansiar pelo regresso. Descobrir os caminhos dos teus pensamentos, e deixá-los passear sem rumo, porque tudo o que voa livre sempre regressa, mas tentar saber um pouco mais desse tu que me encanta. Fechar os olhos e ver-te, abrir os olhos e ter-te, para depois correr Lisboa fora a dizer o quanto és parte de mim. Pedir-te um beijinho num restaurante très chic, e atirar-me a ti como quem não sabe, nem quer saber, o que faz, escandalizando os outros clientes. Pedir-te outro beijinho, no carro, com o Tejo à frente. Ou noutro cenário qualquer.

6 comentários:

Caltuga disse...

Não nos conhecemos, no entanto só pode ser por mero acaso porque a tua essência é um néctar divino e uma fonte de alimentação para almas perdidas como a minha. Pões em palavras aquilo que os outros sentem, mas não conseguem entender. Dás sentido à Vida. A obra de arte és tu. Boas viagens entre o Ocidente e o Oriente, Miss K. Ficarei à espera das tuas novas "especiarias".

MiSs Detective disse...

que delicia de texto Miss K.

nunca nos perdemos quando sabemos o que queremos.

Buttafly...fly...fly... disse...

E quando não é preciso dar os parabéns por mais um belíssimo texto, é sinal de que já os demos muitas vezes e a autora já sabe o que vale. Muuuito bom. As usual.

;)

Buttafly...fly...fly... disse...

Voltei, só pra te dizer que este texto está mesmo muito bom.
Estava aqui a ler pela décima nona vez (lol) e a pensar que neste exacto momento me apetecia imprimir esta página do teu Masterpiece, colocar num envelope e enviar a "alguém", assim em jeito de mensagem encriptada.... É que nestas linhas ficou tudo dito, muito mais que palavras. Amei.

;)

Joana disse...

.... é isso tudo! oh boy, oh boy, oh boy!!!! é que é mesmo isso T-U-D-O!
:)
obrigada pelas boas lembranças que agora fizeste despertar! :)
grande texto!

Inês disse...

que maravilha...***