Alter-ego

Tinha aqui este gatinho guardado para uma ocasião especial. Encontrei-o numa de muitas deambulações por bancos de imagem (depois queixo-me que não durmo), e apaixonei-me mal trocámos o primeiro olhar. Ah!, como ele é livre de expressar a sua fúria felina! Basta-lhe pegar numa arma, subir até ao parapeito de uma janela e fazer pontaria aos cruéis inimigos, os cães! Se fosse assim tão fácil dar o grito do Ipiranga... Uma vez que não tenho a ingenuidade deste miau (nem a sua completa insanidade mental, a bem dizer) sirvo-me dele para mandar um recadinho só-não-faço-mesmo-nada-porque-senão-ia-presa à instituição que me anda a fazer perder a cabeça: é um grande grupo económico, cujo nome não posso revelar, e menos ainda a área (bherc!) em que se mexe. Mas basicamente é bullshit. É coisa para multidões. Desinteressante. Anti-criativa. Contra-natura. Má para a inteligência. Uma experiência de quase morte. Acontece que estes senhores têm, todas as semanas, muita coisa para publicitar. Vai daí que eu sou obrigada a, todos os dias, vestir a capa da inutilidade para perder, desgastar e esmiuçar o meu sagrado tempo de volta das suas pseudo-campanhas nulas, rídiculas, esqueçam-lá-que-o-público-alvo-são-pessoas-isto-é-tudo-mente-captos. Ódio! Muito ódio! Por tudo isto (que se fosse contado ao detalhe estava ao nível da mais cruel tortura chinesa), e como não posso vingar-me de uma maneira mais efectiva, faço-o através das balas deste amoroso gatinho. Que siga uma para cada membro da dita empresa da trampa, rapidamente e em força, antes que eu coloque explosivos em cada saco de hipermercado... Leitores, gatinho; gatinho, leitores.