sexta-feira, dezembro 29, 2006

2006 revisited

Ora vamos lá falar de balanços. É isso que toda a gente quer, não é? Anda tudo sequioso de saber o que se passou em casa alheia… Ok, ok, não vou ser a ovelha negra da blogosfera, e deixo aqui a parte do meu 2006 que posso transcrever – há sempre segredos, coisas indescritíveis, e momentos que são para ficar no passado, na nossa memória, para sempre.
O ano não começou da melhor maneira. Aliás, começou mesmo mal: eu, a Vera e a Pipoca, de frente para o Tejo, a chorar baba e ranho enquanto as doze badaladas e os foguetes enchiam Lisboa de música e cor… Não foi uma entrada fácil, a nossa! A primeira noite do ano terminou no Lux (a minha segunda casa nos últimos 12 meses, há que assumi-lo), por entre músicas dos anos 80 e hits da década que passou. Quando o sono e o álcool começaram a falar mais alto, fugi da festa e esperei 40 minutos por um táxi, corpo coberto apenas com um vestidinho prateado (há que manter a pose!), em jeito de toma-lá-o-dia-de-Reis-antecipado: a brincadeira custou-me a primeira (e mais longa) gripe do ano, e assim comecei 2006 em casa, entre canjas e sessões de televisão prolongadas… Como as coisas mudaram! Adiante…
Passada a quarentena, foi altura de voltar à má vida. Fiz amigos novos, alguns bastante especiais, arregacei os braços e planeei as melhores férias do ano – o Carnaval no Brasil! Fevereiro ia a meio quando parti para 20 dias em terras de Vera Cruz, e onde passei alguns dos momentos mais divertidos de que me lembro. A Filipa, minha companheira de quarto e aventuras, foi incansavelmente maluca como eu. Fizemos centenas de compras, apanhámos o bronze da vida, saímos muito, dançámos mais ainda, comemos que nem umas lobas no mega-rodízio de sushi de Botafogo, e deixámos a casa da Paulinha e da Carol, no Leblon, com um “até já” envergonhado. Estava dado o mote para a festa da Primavera, mas Março resolveu amanhecer da pior maneira, e assim que aterrei descobri o quanto me tinha enganado sobre certas pessoas que me rodeavam. Foi dura a queda, custou a sarar as feridas dos erros alheios e dos feitos por mim, só que a vida continua até parar na estrada da morte e, assim, the show must go on… That’s the way it was. Fiz mais duas tatuagens e criei o tão desejado blog, que iria introduzir no meu vocabulário um novo conceito – dependência!
Não choveram águas mil em Abril, antes pelo contrário, e a época balnear abriu mais cedo, para dar continuidade à negritude adquirida nas areias de Ipanema. Que maravilhosos, esses dias que antecederam a Páscoa, e que foram pautados por muitas maluqueiras – em todas as frentes! De repente, dei por mim a fazer dois anúncios seguidos, e o bichinho da publicidade começou, lentamente, a bater à porta do meu lado criativo… Tinha de experimentar coisas novas, mesmo se não soubesse o quê. A vida pode sempre ser mais do que aquilo que temos, e Maio chegou como a altura ideal para mudanças. Deixei o meu poiso de jornalista, que ocupava há quase dois anos, larguei os melhores colegas do mundo, e aventurei-me no mundo real: mal fechei a porta da revista, abri a de um dos mais luxuosos resorts do país, e passei uma semana de sonho com o meu melhor amigo (recém chegado da Austrália) entre banhos, filmagens, e muito sol! A vida sabia-me bem…
Um dia à noite, já em Junho, perguntaram-me se já sabia estrelar ovos, e nunca mais fiquei sozinha. Só o percebi mais tarde, depois de muitas peripécias, erros e algumas lágrimas, mas ainda fui a tempo... Iniciei-me no melhor sushi de Lisboa, e fiz do Aya o meu esconderijo perfeito; o mês dos santos populares ainda corria quando fiz as malas para o paraíso europeu da noite, e foi cheia de energia que aterrei em Ibiza com a melhor party girl do mundo, e também amigona para a vida, Mariana. My mate is really great, e as duas chicas passaram oito dias (ou deverei escrever noites?) como pequenas rainhas do Pacha, com direito a tudo de bom – for free! Há que ser vip-vip, não acham? Mas tudo o que é bom ou faz mal, ou é pecado, e desembarcámos na Portela para o regresso à vida mundana – praia de dia e movida à noite! A minha cabeça estragou uma bela festa de casamento, e depois de um deslocado e estranho salto a Paris, consegui finalmente atinar, e perceber que estava a deixar escapar a minha felicidade. Somehow I managed to work things out
Celebrei a entrada em Agosto nas águas frias do Baleal, e aproveitei o melhor da vida nos dias que passei no Algarve: tinha descoberto a minha estrela-do-mar. Por isso, encarei Setembro de sorriso nos lábios, descobri um novo trabalho (muito divertido, por sinal!) e logo no dia dois conheci mais de uma centena de familiares novos! Aproveitei os últimos cartuchos de mar, e o cinco de Outubro apanhou-me desprevenida, eu que ainda pensava que estávamos no Verão, e nessa noite uma dezena de amigos brindou a sua amizade pela noite fora… Estava à porta a Moda Lisboa, mais anúncios, mais fins de tarde no último andar do Bairro Alto Hotel, um aniversário muito especial, e o novo blog, mais um espaço para devaneios pessoais. Em menos de nada estava no penúltimo mês do ano, desempregada, farta da chuva e do dolce fare niente. Depois de um telefonema surpresa corri a apanhar as minhas roupas de Verão, e quando dei por mim estava, de novo, a caminho do Rio de Janeiro! A viagem, que seria de sonho porque a companhia era um sonho, não correu lá muito bem, e quando voltei, já em Dezembro, recebi o meu quarto de século no meio de muitos amigos, mais sozinha que nunca…
Porém… 2006 assumiu, de certa forma, que foi ingrato comigo: o destino, que me apanhou desprevenida logo em Março, fez de mim uma alminha mais atenta, e consegui consertar uma série de coisas que estavam mal. Voltei a sorrir, consciente de que a felicidade é como uma estação de comboios, onde há sempre gente a entrar e a sair, e aguentei a minha sina – sem emprego, sem forças, sem vontade, mas com a minha estrela-do-mar, e muitos e bons cúmplices, com quem partilhar sorrisos e lágrimas. Fiz as pazes com a teimosia em figura de gente, passei uns dias com os meus pais, visitei a minha avó, recolhi-me em casa para pensar na vida, e fecho o ano tranquila, sem muitos alaridos, mas com… ah, ah, para saberem vão ter de vir cá espreitar em 2007! Valeu a pena esperar... Agora já acredito que seja possível assistir a uma chuva de cães e gatos...
Tenham então um grande domingo, recebam segunda-feira de braços abertos, e peçam o mais difícil e o mais fantástico de tudo: para serem muito, muito felizes!

5 comentários:

amarga disse...

Já agr K. pede o mesmo e muito, muito mais para ti:). Detesto a expressão, mas "óptimas entradas" :)

Anónimo disse...

Ainda bem que encontraste a tranquilidade! Mais vale tarde que nunca! Espero que em 2007 não a percas! Muitas, muitas felicidades

Anónimo disse...

Um feliz 2007.

Anónimo disse...

Dear Miss K

I wish you all the best.
Have an excellent 2007 filled with happiness.

Kiss

Pedro

leao.xxi disse...

Um MEGA 2007 para ti e que 2007 te traga aquilo que tu mais desejas:FELICIDADE!

Beijocas