terça-feira, abril 04, 2006

Amor-Amor (Cacharel, 50ml)

O "amor"... tem que ser eterno como o céu azul, que dura todos os dias umas horas, para de noite dar lugar à escuridão. Nós, que ficamos cá durante esses períodos sem luz, temos de confiar que esse céu de que gostamos vai voltar, pelo menos, uma vez mais. Se não voltar, ou se não voltarmos nós, terá valido a pena todas as vezes que olhamos para ele e pensámos que era a melhor coisa do mundo. Gostar de alguém deve ser isso, ter o nosso céu: deixá-lo ir embora quando tem de partir, e sermos felizes enquanto ele descobre outras estrelas; porque nós próprios temos as nossas asas, que devem voar sempre alto, e forte, para nunca nos fecharmos a um novo pôr do sol. Mas se o que une duas pessoas é uma chama que só a elas queima e mais ninguém sente, se há um desejo infantil que mais ninguém entende, então o céu pode pôr-se todos os dias, e os pássaros podem continuar a desbravar caminhos, porque no final o que fica é só isso: o amor. Nunca será para sempre, mas de que serve a imortalidade? A existir, o amor só pode ser assim: livre e liberto, cúmplice e feliz, para que se mantenha eterno. Enquanto dure...

1 comentário:

Anónimo disse...

Pq é que sou tão barrasco que não consigo poetizar a minha prosa, a minha escrita é uma extensão dos punhos não do coração.É uma explicação.
Mas este post tocou-me confesso...